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Os 7 de Chicago

19/10/2020 15h09

Em um ano de poucos lançamentos relevantes nos cinemas, por razões mais do que sabidas, chegou ao catálogo da Netflix no final da última semana aquela que deve ser a produção que tentará, mais uma vez, levar o Oscar de melhor filme para a gigante do streaming, seguindo a trilha de “Roma”, em 2018, e “O Irlandês”, no ano passado. Pra quem está ligado no tema, já percebeu que me refiro a “Os 7 de Chicago” (The Trial of the Chicago 7, Netflix/DreamWorks, 2020), drama de tribunal que traz ao público a história real do julgamento ocorrido em 1968 de oito líderes sociais (ué, não eram 7?? - calma, já explico) que protestaram contra a participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.


Com um elenco estelar, conta com nomes como Frank Langella, Josehp Gordon-Levitt, Eddie Redmayne, Michael Keaton, Sacha Baron Cohen, dentre outros. O filme mostra a história do julgamento que se arrastou por mais de seis meses naquele conturbado final de década de 60, quando os Estados Unidos se meteram na Guerra do Vietnã - para apoiar o lado Sul daquele país no conflito com o lado norte, apoiado indiretamente pela União Soviética, e que durou 20 anos - de oito líderes sociais de diferentes causas. Eles tomaram a iniciativa de realizar um protesto, inicialmente pacífico, durante a Convenção Democrata de Chicago, contra a forma como o país estava mandando jovens com idades entre 18 e 24 anos, escolhidos pelo ano de nascimento, anunciados com pompa na televisão e no rádio. No entanto, em algum momento, o protesto se transforma em um confronto generalizado entre os manifestantes, a polícia e a Guarda Nacional norte-americana, com vários feridos.


A saber, e explicando, um dos oito réus iniciais foi retirado do tribunal durante o processo. Trata-se do ativista Bobby Seale, co-fundador do Partido dos Panteras Negras, em 1966, na Califórnia. Este grupo, como se sabe, lutava (e ainda luta) contra o forte preconceito racial existente nos Estados Unidos, naquela época em seu auge. Por conta do preconceito, Bobby teria um advogado só pra ele, enquanto os outros sete réus foram defendidos por um mesmo profissional. Para saber o destino de Bobby, interpretado brilhantemente por Yahya Abdul Mateen II (o Arraia Negra, de Aquaman, e vencedor do Emmy por Watchmen), assista ao filme (não tem nem graça eu contar aqui, né??).


Dirigido por Aaron Sorkin, o longa é conduzido com a mistura certa do drama e a tensão do tribunal, mesclada com flashbacks dos acontecimentos que levaram ao julgamento (e aí incluem-se algumas cenas reais da época), passagens engraçadas e a certeira crítica social mais do que necessária e atual (infelizmente, ainda atual), com um ritmo gostoso e leve de se assistir durante suas duas horas e dez minutos de duração. 


O que mais chama a atenção no filme é como este julgamento de caráter político, mesmo que o juiz de Frank Langella (atuação genial, é bom que se registre) negue isso o tempo todo, e tendo acontecido há quase 60 anos, ainda é extremamente atual. Seja pela violência policial naquele país contra as minorias, as tensões e a eterna disputa entre direita e esquerda (Republicanos e Democratas), a questão das falsas aparências, enfim, um retrato de uma época agitada, mas que não difere em muitos aspectos do que presenciamos atualmente, o que mostra que nada aprendemos, infelizmente.


Filme imperdível, aposta certa para diversas indicações ao Oscar 2021, e desde já um de meus favoritos. Disponível em versão dublada e legendada na Netflix. Não perca!



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