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Mestres do Universo: Salvando Eternia

27/07/2021 09h25

Já de cara vamos tirar o sofá da sala: se você é daqueles que estão de “mimimi” com relação à nova série animada do He-Man, que estreou na Netflix neste último final de semana, este texto não é pra você. “Mestres do Universo: Salvando Eternia (Masters of the Universe: Revelation, Mattel/Netflix, EUA/2021) exige que o espectador, no mínimo, se desprenda da animação dos anos 80, ao mesmo tempo em que continua a história de maneira magistral. Confuso? Nem um pouco!


ESPETÁCULO VISUAL


Produzida pelas mesmas empresas e equipe responsáveis pela bem-sucedida “Castlevania”, animação da Netflix baseada na famosa franquia de games da Konami e que chegou recentemente à sua quarta e última temporada, “Mestres do Universo” comete seu maior defeito, a meu ver, na tradução que foi dada no Brasil a seu subtítulo. O original em inglês, Revelation, ou Revelação, representa de forma muito mais fiel o que temos em relação ao enredo do que o tal de “Salvando Eternia”.


No entanto, isso não atrapalha aquilo que, logo de cara, vai chamar a atenção de quem se aventurar a retornar ao místico mundo de Eternia: a qualidade visual. A animação é fluida, colorida ao extremo, com mesclas entre 2D e 3D que funcionam de maneira orgânica, e que trazem uma profundidade marcante, aliada a uma beleza rara nas animações atuais, e que merece ser vista na melhor tela que você tenha disponível.


O mesmo vale para o som que, apesar de não entoar em nenhum momento a clássica trilha sonora, e o mais clássico ainda tema de He-Man, não decepciona, pois além de envolver cada cena de forma bastante realista, possui novas peças que acompanham muito bem o ritmo dos episódios. 


O tema original faz falta? Claro que faz! Mas essa falha não compromete a experiência (explica-se: o tema original pertence à Filmation, responsável pela produção da série dos anos 80 e hoje pertencente à ComCast, conglomerado que é dono, dentre outras empresas, da Universal. Ou seja, estúdio rival da Netflix, o que inviabiliza seu uso. Pena.)


TEELA É A PROTAGONISTA?


As várias críticas que a nova série vem recebendo, de forma geral, se convergem a um único e, diga-se, patético, ponto: Teela, a filha adotiva de Duncan, o Mentor, filha legítima de Zoar, a Feiticeira (não é spoiler, isso é revelado na série original e portanto é sabido há quase 40 anos, por favor, né!!) e capitã da guarda do Palácio Real, tem um papel extramente mais relevante e pesado do que tinha na série original. 


E isso é muito bem explicado já no primeiro dos cinco episódios que compõem a primeira parte da primeira temporada – Netflix deu pra isso agora, coisa irritante! - onde, em uma grande e derradeira batalha, He-Man e Esqueleto desaparecem, levando junto toda a magia de Eternia (de novo, não é spoiler, está na sinopse e nos trailers), deixando para trás um planeta desolado, e que, uma vez órfão da magia que sempre o sustentou, se vê dominado pela tecnologia, o que se torna um conflito pra lá de interessante, e que permeia a trama nesta fase inicial.


HE-MAN ESTÁ PRESENTE


A partir deste ponto de partida, obviamente sobraria para Teela, dada sua natureza de guerreira e sua posição, o “cargo” de principal defensora do reino, ainda que ela não o faça, não de forma direta e tradicional, podemos por assim dizer. Dizer mais que isso estragaria sua experiência. E aí tem um monte de entendido por aí reclamando exatamente disso. “Ai, é desenho do He-Man mas não tem He-Man”, “ai a Teela é a protagonista, fizeram isso só pra lacrar…”, e por aí vai… Sério? Das duas, uma… ou essa turma nunca assistiu à série original, e aí não vai entender bulhufas desta nova produção, não como ela deve ser entendida, ou é apenas má-vontade mesmo, e necessidade de aparecer, desculpe dizer…


E por que isso? Ora, como eu disse, em um cenário sem He-Man, obviamente Teela seria a escolha, mesmo contra sua vontade, para assumir esse posto de guardiã, de protetora, da guerreira que defende o bem contra as forças do mal. Isso é da essência da personagem, é assim na série original, é assim nos quadrinhos, é assim até naquele filme horroroso de 1987, com Dolph Ludgren no papel de He-Man… melhor não comentar…


Outro ponto: He-Man, ainda que fisicamente desaparecido, está presente em toda a história, seja nas lembranças da própria Teela, seja no mote principal da trama, que envolve simplesmente a espada do poder. De quem é a espada mesmo??? Pois é, né… E o principal: os intelectuais que estão destilando suas críticas à série na internet como se não houvesse amanhã, o estão fazendo sem sequer a primeira temporada ter terminado. Longe disso, o gancho deixado no último episódio desta primeira parte é fenomenal! Então, calma, filhos, calma… deixa o bagulho terminar primeiro...


E, por fim, se você perceber bem, não foi só Teela que ganhou mais destaque neste pedaço da história. Vários outros personagens, conhecidos dos anos 80, com seus veículos que permearam a imaginação e o sonho de consumo de 9 a cada 10 crianças da minha geração, lá nos anos 80 (ah, o Castelo de GraySkull… como era caro…) estão de volta, e com peso na história. Maligna, Aquático, Mandíbula, Triclope, até o Homem-Fera tem mais profundidade aqui, pelo lado dos aliados da Montanha da Serpente. E pelos Mestres do Universo, além de Teela e He-Man, temos Adam (bem mirradinho), Pacato, Gorpo (excepcional!) Mentor, Feiticeira, Roboto, Stratus (senti falta do Aríete, espero que apareça na segunda parte), enfim, estão todos lá.


E o nome da série, só pra constar, não é He-Man. É Mestres do Universo. Em sua essência. Que venha a segunda a parte, ainda que a data de seu lançamento não seja conhecida no momento em que escrevo essa coluna... né, Netflix?



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