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Mank – o campeão de indicações abre a série do Oscar 2021

25/03/2021 09h38

Apesar de tudo o que está acontecendo no mundo, chegamos mais uma vez àquela época das apostas, bolões e maratonas dos filmes indicados ao prêmio máximo do cinema. É época de Oscar. E, justamente por tudo que está acontecendo, a grande maioria destes indicados está disponível nos principais serviços de streaming do mercado, uma vez que as salas de cinema seguem fechadas, ou funcionando com restrições, na maior parte do mundo.

Neste cenário, não restaram muitas opções à Academia de Cinema do que jogar suas fichas em obras produzidas pelos streamings, o que nos traz ao recordista de indicações deste ano, e que vai abrir nossa série de críticas do Oscar 2021: “Mank”. Mas, antes, um aviso: um dos filmes indicados ao prêmio de melhor filme já teve sua crítica publicada aqui na coluna, “Os 7 de Chicago”, no dia 19 de outubro do ano passado. Vale conferir.


Filme do jeito que Hollywood gosta… e, talvez, só Hollywood…


“Mank” é uma espécie de cinebiografia do período de vida do roteirista Herman J. Mankiewcz (ou Mank), de “Cidadão Kane”, tido por muitos como o maior filme de todos os tempos, lançado em 1941, em que ele escreveu a história do longa. O filme mostra este momento da vida de Mank em detalhes, intercalado com flashbacks da carreira do roteirista transitando por estúdios, reuniões, debates, de modo a retratar sua importância para a indústria cinematográfica que, naquela época (início dos anos 30) enfrentava, tal como agora, uma crise sem pretendentes, causada pela falta de público, e isto se deu em virtude da Grande Depressão de 1929, que arrebentou com a economia norte-americana, e acabou com empregos, e por consequência, com a renda, de milhares de famílias.

Como se vê, “Mank” é o tipo de filme feito sob medida para o Oscar. Ele fala de cinema, discute o cinema, mostra os bastidores da indústria, o glamour de Hollywood que, mesmo em meio à crise econômica que o país atravessava, não perdeu sua pose. E a Academia adora isso!

FIlme novo, mas de época

O que chama mais a atenção em “Mank” é a sua fotografia, a começar pela sua forma de filmagem, todo em preto e branco. É interessante notar que a transição do cinema preto e branco para o colorido, marcado na memória de muita gente pelo clássico “O Mágico de Oz” (roteirizado pelo próprio Mank, ressalta-se) já era cogitada durante a produção de “Cidadão Kane”, e isso é visto no filme. Da mesma forma, a chegada do cinema falado, em substituição ao cinema mudo, também ocorrida nesta época, tem importante participação na história. Para ser ainda mais parecido com um filme antigo, o diretor de “Mank”, David Fincher, cuidou de alguns detalhes técnicos que saltam aos sentidos dos mais atentos, como o áudio em um mono estourado, bem característico de filmes dos anos 30 e 40, além da famosa marca de cigarro que aparecia no alto da tela, quando da transição dos antigos rolos de filmagem onde eram gravadas as obras.

Não é pra todos

Um ponto impecável de “Mank” é o seu elenco, com o excelente Gary Oldman dando vida ao personagem título, apoiado pela fantástica Amanda Seyfried (talvez em seu melhor papel) e a sempre competente Lily Collins. Não por acaso, os dois primeiros indicados aos prêmios de melhor ator e melhor atriz coadjuvante, respectivamente. Ainda assim, “Mank” não é um filme para qualquer audiência. O longa tem um ritmo lento, com especial cuidado aos diálogos, fortes, sim, muito bem escritos, sem dúvida, mas que pode afastar parte do público menos identificado com o tema, o que o próprio fato do filme ser em preto e branco já deve, igualmente, fazer.

Ainda assim, “Mank” é uma obra muito bem feita, cercada de grandes cuidados, com visível atenção dada aos mínimos detalhes em termos de reconstituição da época, não só na parte técnica da filmagem, mas em cenários, figurino e demais componentes que, mesmo com a ausência das cores, chamam a atenção. Mas, repito, não é um filme para todos. É o tipo de obra direcionada, e não esconde isso, ao apaixonado pelo cinema, pela arte que ele representa em todo o seu esplendor.

“Mank” recebeu 10 indicações ao Oscar, liderando este ranking, a saber:

- Melhor filme
- Melhor diretor – David Fincher
- Melhor ator – Gary Oldman
- Melhor atriz coadjuvante – Amanda Seyfried
- Melhor fotografia
- Melhor figurino
- Melhor maquiagem e cabelo
- Melhor trilha sonora original
- Melhor design de produção
- Melhor som

“Mank” é produzido e está disponível na Netflix. A cerimônia do Oscar acontece no dia 25 de abril, ainda em formato não divulgado pela Academia.

OBS: As próximas colunas serão as críticas dos demais concorrentes ao prêmio de melhor filme: “Meu Pai”, “Judas e o Messias Negro”, “Minari”, “Nomadland”, “Bela Vingança”, “O Som do Silêncio”. “Os 7 de Chicago”, conforme dito anteriormente, já tem sua crítica publicada aqui na coluna.

OBS 2: A crítica de “Liga da Justiça de Zack Snyder”, tema da última coluna, só será publicada após esta série do Oscar, até para dar tempo do filme ser assistido, uma vez que os spoilers são obrigatórios nesta análise.



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