Iniciada em 2004 por James Wan, a franquia “Jogos Mortais” já contabiliza oito longas, e, agora, ingressa no mundo dos spin-offs, ou seja, derivados dentro do mesmo universo mas que não seguem a história principal. É isso que nada mais é “Espiral – O Legado de Jogos Mortais” (Spiral: From the Book of Saw, EUA, 2021), novo capítulo na saga do serial killer Jigsaw e suas armadilhas mirabolantes.
FUNCIONA?
Até funciona. A trama gira em torno de uma série de assassinatos dos quais policiais de um determinado departamento se tornam, um a um, vítimas, em crimes que usam o modus operandi do famoso assassino interpretado por Tobin Bell nos outros filmes da franquia. Assim, cabe ao não muito popular detetive Ezequiel “Zeke” Banks, interpretado por Chris Rock – é, o das comédias… e acredite, é difícil vê-lo em um papel sério, não combina, simplesmente… enfim - e seu novato parceiro Willem, papel de Max Minghella, descobrirem quem é o assassino antes que mais de seus colegas caiam em suas garras ha ha ha ha… desculpe, não resisti…
MAIS DO MESMO
A ideia aqui era fazer um soft reboot, o que se tornou moda em Hollywood, ou seja, um recomeço da franquia mas que ao mesmo tempo serve de continuação, não sendo um recomeço propriamente dito. Porém, confesso, não sei se esse objetivo foi alcançado. A história, repleta de flashbacks, é confusa, com personagens se entrelaçando de maneira forçada, sem nenhuma natureza orgânica, até desembocar em um plot twist até legalzinho, mas extremamente previsível. Ruim. Mesmo.
Policiais corruptos estereotipados ao extremo, aquela vibe de séries policiais dos anos 80, aliado a uma participação especial de Samuel L. Jackson, que, como sempre, está no piloto automático, sendo somente Samuel L. Jackson. Mas tudo bem, vamos lá, tem algumas coisas boas. As armadilhas, o ponto alto da franquia, são interessantes. Não são muitas, e pra quem é fã da série não vai ser surpreendido por nenhuma delas, mas vale o registro.
O longa é dirigido por Darren Lynn Bousman, responsável pelos capítulos II, III e IV da franquia principal, e que foi trazido de volta para este derivado. (Ué, não era pra ser um reboot e recomeçar??). E é só isso mesmo.
Lembre-se: só vá ao cinema se você se sentir seguro para tal, e tomando todas as medidas de segurança necessárias. A pandemia não acabou, só pra ressaltar. E bom filme! (Se for possível...)