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BLOGS E COLUNAS

Especial Halloween

16/10/2021 16h52

Estamos em outubro. E, neste mês, mais precisamente em seu último dia, comemora-se o Halloween, ou Dia das Bruxas, no Brasil. A festa, enraizada na cultura norte-americana, e que atualmente se espalhou pelo mundo, se caracteriza com crianças se fantasiando de tudo que se possa imaginar, desde princesas até monstros, duendes, caveiras e por aí vai, e que perambulam pelas ruas batendo de porta em porta proferindo a célebre frase “Trick or Treating” – “Doces ou Travessuras”, em português. Ou seja, os moradores ou entregam doces e guloseimas a seus visitantes ou serão “punidos” pelas crianças, com brincadeiras, peças e tudo mais.


Isto posto, vamos ao que interessa: o mês das bruxas, tradicionalmente, é também aquele em que os filmes de terror são mais assistidos, mais procurados, mais lançados, enfim, é o mês do horror nos cinemas e nas séries. E, claro, é o mês dele, aquele que iniciou o gênero slasher na sétima arte lá em 1978, quando o mundo conheceu, e se horrorizou, com a história de um menino que, até os dias de hoje, assusta muita gente: Michael Myers.



O clássico


Ao custo de apenas 300 mil dólares, Halloween arrecadou em sua carreira nos cinemas, quando lançado em 1978, 70 milhões, se tornando um dos maiores fenômenos da história do cinema até então, em especial para um filme feito de forma independente e quase amadora.


A trama, a mais simples possível: em 1963, na noite de 31 de outubro, na pequena cidade de Haddonfield, no estado de Illinois, o menino Michael Myers, então com seis anos de idade, assassina sua irmã adolescente Judith com diversos golpes de faca, utensílio que viraria sua marca registrada. Internado no sanatório de Smith’s Grove, sob os cuidados do Doutor Loomis, interpretado por Donald Pleasence (o Blofeld de 007), Michael permanece em silêncio, praticamente imóvel, apenas esperando o que, até este momento, ninguém sabe.


Eis que chegamos ao dia 29 de outubro de 1978, quando Myers apronta uma grande confusão no local, e foge. Seu destino: Haddonfiled. Durante o dia 30, e o dia 31 propriamente dito, conhecemos os personagens que sofrerão nas mãos do psicopata, como a babá Laurie Strode, vivida pela então desconhecida Jamie Lee Curtis, em seu primeiro grande papel em Hollywood. Referendada por seus pais famosos, os também atores Tony Curtis, de “Quanto Mais Quente Melhor”, e Janet Leigh, que viveu Marion Crane, a moça assassinada por Norman Bates na conhecidíssima cena do chuveiro em “Psicose”, de um tal de Alfred Hitchcock, Jamie rouba a cena, a ponto de ser considerada a maior rainha do grito do cinema até os dias de hoje. Algumas de suas amigas do colégio, também babás nas horas vagas, são igualmente apresentadas, assim como o xerife Brackett, as crianças Tommy Doyle e Lindsay Wallace, além da fantástica trilha sonora, composta pelo próprio diretor John Carpenter, com destaque para o tema do vilão. Simples, forte e ao mesmo tempo marcante. E, claro, assustadora.


O que Halloween trouxe de especial e que serviu de escola para suas cópias que vieram depois – Jason Vorhees, de Sexta-Feira 13, e Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo – além da fórmula óbvia do matador imortal e que volta cada vez mais forte a cada sequência, foi a forma de se fazer este tipo de filme. Os famosos jump scares, aqueles sustos do nada, sabe, ou o vilão que não corre, não fala, não emite sons, mas sempre alcança suas vítimas, enfim, gênero que tanto sucesso fez nos anos 80 e 90. Mas a maestria de Carpenter no original destoa destes clones, e das próprias sequências de Halloween, pela simplicidade não só da história, mas da forma como ela é contada, o modo como Michael mata suas vítimas, sua incompreensível obsessão por Strode, e tudo o que está em torno destes acontecimentos.


Com tudo isso, e juntando ainda um final em aberto, ainda que não fosse ideia de Carpenter fazer uma continuação (o que de fato não fez, uma vez que jamais voltou como diretor, apenas produtor) tornou-se inevitável uma sequência para Halloween. E aí começaram seus problemas.



Halloween 2 (1981)



Apesar de se passar na mesma noite de 31 de outubro de 1978 do original, sendo uma continuação direta, Halloween II foi feito três anos depois. Na história, Michael começa a demonstrar seu lado paranormal, ou imortal, não só por ter sobrevivido ao final do primeiro filme, mas pelas situações em que escapa nesta sequência. Laurie, levada ao hospital da cidade para se recuperar dos ferimentos causados por Myers, tenta sobreviver como pode, enquanto o Doutor Loomis descobre que a razão da caça de Michael por Strode se deve ao fato deles serem irmãos, o que foi escondido de todos, até do próprio Loomis, após o assassinato de Judith, em 1963.


Apesar de relevante para esta linha temporal da franquia, o filme é infinitamente mais fraco do que o anterior.



Halloween 3 (1982)



Aqui, uma pausa na saga de Michael Myers para vermos uma história que nada tem a ver com a franquia – aliás, nada tem a ver com nada – em um dos piores filmes já feitos. A ideia dos produtores é de que todos os anos, no Halloween, um novo filme da franquia fosse lançado, mas contando histórias diferentes, independentes, no que chamaram de Antologia. Aí vieram com uma trama que envolvia uma fábrica de máscaras de Dia das Bruxas, que era comandada por um sujeito corrupto e que lidava com situações escusas e bruxaria, de modo a fazer com que tais máscaras matassem as crianças que as usassem ao ouvir uma maldita musiquinha que fica na sua cabeça por horas após assistir ao filme, com o intuito de… ah, sei lá, ninguém se importa.


E ninguém gostou também. Fracasso total e absoluto. E os fãs pediram a volta de Myers. Pra ontem.



Halloween 4 – O retorno de Michael Myers (1988)



O público pediu, e ele voltou. Dez anos depois de sua primeira aparição, Halloween 4 já não contava mais com Jamie Lee Curtis, que a esta altura já estava brilhando em outras produções, mas trouxe Donald Pleasence de volta com seu Loomis para enfrentar Michael mais uma vez, agora perseguindo sua sobrinha, Jamie (ora ora, que nome criativo pra tal personagem), filha de Laurie Strode (?), que aqui é dada como morta. A menina, por sua vez, com seus 8 anos, foi adotada por outra família, mas sabendo de seu passado, uma vez que meio que esperava a volta de seu tio psicopata.


A produção é pobre, mal dirigida, mas traz bons momentos de suspense e de matança, com Michael mais monstro do que jamais havia sido. Filme razoável.



Halloween 5 – A vingança de Michael Myers (1989)



Aqui a coisa descamba de vez. Um ano depois dos acontecimentos do filme anterior, Myers volta a perseguir sua sobrinha, ao mesmo tempo em que uma figura misteriosa, um cara de sapatos com solas de metal, chapéu, sobretudo preto e cuja face jamais aparece, chega a Haddonfield e começa a aparecer para Jamie, ou em alguns pontos da cidade, até que, com Michael preso, o cara explode a cadeia, liberta Michael e leva Jamie junto de bônus. Ruinzinho demais.



Halloween 6 – A maldição de Michael Myers (1995)



Em uma tentativa de acabar com a franquia, este capítulo teve duas versões. A lançada nos cinemas, toda cortada e sem pé nem cabeça, e a chamada Versão do Diretor, essa sim, mais interessante. Aqui, temos algumas explicações sobre quem é Michael, o porquê de sua imortalidade, enquanto Loomis (este foi o último filme de Pleasence, falecido logo após terminar as filmagens) e o agora crescido Tommy Doyle – aqui vivido pelo estreante Paul Rudd (o Homem-Formiga da Marvel) – tentam proteger descendentes da família Myers, além do próprio bebê de Jamie, neste filme uma adolescente.


A premissa até é interessante, envolve cultos druidas e tudo o mais, mas a forçada de barra é forte. Vale como uma despedida do querido Doutor Loomis, e do grande Donald Pleasence.



Halloween H20 - Vinte anos depois (1998)



Como comemoração dos vinte anos do lançamento do original, e em uma tentativa de resgatar o prestígio da franquia, Halloween H20 é um dos melhores da saga, trazendo de volta Jamie Lee Curtis e levando em consideração apenas os dois primeiros filmes, apagando da cronologia toda a confusa história da sobrinha de Myers, e explicando que Laurie se fingiu de morta durante todo esse tempo para fugir de seu irmão, sendo uma diretora de uma escola de luxo no norte da Califórnia, com outro nome inclusive.


Claro, Michael a encontra, e o embate é iminente. Vale muito a pena! É ótimo!



Halloween Ressurreição (2002)


A mania de trazer Michael de volta mesmo após aquele que deveria ter sido o último episódio da franquia se repete aqui, e por Deus, que desastre!!


Após uma explicação estapafúrdia de como Myers sobreviveu no fim de H20, finalmente Laurie Strode encontra seu destino (ao menos nesta linha temporal) e, após este momento, o vilão volta para sua casa. No entanto, esta sua mesma casa é invadida por uma equipe de TV para a produção de uma espécie de Big Brother onde alguns jovens sem cérebro – quem assistiu ao filme sabe que não estou exagerando – deveriam passar uma noite no local onde o mais sanguinário serial killer da história nasceu… e é só isso mesmo…


Aqui perceberam que Michael deveria descansar… e se encerra, assim, a primeira linha temporal da franquia.



Halloween – O início (2007)


O diretor Rob Zombie ficou encarregado por trazer Michael Myers ao novo milênio, para um novo público, uma nova audiência, uma nova geração, começando tudo do zero, em um total reboot. O filme é muito mais forte e pesado do que os anteriores, e a escolha do grandalhão Tyler Mane, com seus dois metros de altura, para o papel de Myers, traz um tom ainda mais ameaçador para o assassino.


Além disso, temos Malcolm McDowell no papel de um Doutor Loomis bem menos simpático, bastante ganancioso, mas que, ao mesmo tempo, tem um tempo de tela muito maior que no original, uma vez que esta refilmagem mostra com bem mais propriedade todo o processo que levou Michael a matar sua irmã (e outros) ainda criança, e a sua transformação, já internado, no psicopata que retornaria a Haddonfield para caçar sua irmã caçula, ainda um bebê quando ele cometeu seus primeiros crimes.


O suspense e a violência são marcas presentes ao longo de toda a projeção, e o filme agrada, no geral. Vale como curiosidade para conhecer essa nova visão do personagem.



Halloween 2 (2009)


Infelizmente Rob Zombie não soube manter o bom nível do antecessor, e esta sequência é muito ruim. Aqui, o gore, a violência explícita, e um roteiro muito mal amarrado, com um cavalo branco que aparece toda hora, que teria vindo de um sonho de Michael ainda criança… enfim, desnecessário, e, claro, enterrou esta cronologia do reboot.



Halloween (2018)


E finalmente chegamos ao atual momento da franquia, com a retomada em 2018 sob a direção de David Gordon Green e que trouxe Jamie Lee Curtis de volta como Laurie Strode. A trama leva em consideração apenas o filme original, de 78, e apaga tudo o que veio depois, inclusive a história de que Michael e Laurie são irmãos.


O filme se passa 40 anos depois daquela noite, com Myers fugindo após um acidente com o ônibus que transportava pacientes de Smith’s Grove para um presídio. Laurie, agora uma senhora, mãe, avó e completamente traumatizada pelo que viveu quatro décadas antes, nos é apresentada, ainda assim, muito mais forte, mais determinada.


E isso se dá pelo fato dela ter a convicção de que Michael, em algum momento, voltará para tentar matá-la, e à sua família. Dito e feito. O embate entre os dois é ótimo, as referências ao original são muito bem encaixadas, a trama prende, enfim, é o melhor Halloween desde 1978. Imperdível!



Halloween Kills – O terror continua


Com o estrondoso sucesso do filme de 2018, a Blumhouse, produtora que atualmente responde pela saga, anunciou que o longa teria não só uma, mas duas continuações, fechando uma quadrilogia, que conta com o original como seu início. Halloween Kills e Halloween Ends foram rodados juntos, e o último já está em pós-produção para ser lançado em outubro de 2022.


Nesta semana, após ser adiado em um ano por causa da pandemia, chegou Halloween Kills. E posso dizer que a espera valeu a pena. O filme pega tudo que o antecessor tem de bom e eleva ao quadrado, em especial a crueldade de Myers, que, como o título do filme sugere, mata mais do que em todos os outros longas de sua carreira. O filme é violento. Bastante. Tenha isso em mente ao assisti-lo.


A trama começa imediatamente no momento em que termina o filme anterior, quando vemos Michael escapar da armadilha montada pela família Strode (não é spoiler, está nos trailers). A partir daí, vemos uma mudança curiosa neste roteiro em relação aos anteriores no que se refere à relação da cidade de Haddonfield com seu filho “ilustre”, ao mesmo tempo em que este, conforme já mencionei, está mais violento do que nunca. O filme sofre com a síndrome do meio de uma trilogia, com algumas situações claramente deixadas para serem solucionadas no último capítulo, no ano que vem. Nostalgia e muitas referências ao longa de John Carpenter, que trouxe até os atores originais para reprisarem alguns de seus papéis.


Seja você fã da franquia ou só de um bom filme de terror, vale muito seu ingresso, pois ele está em cartaz no Farol Shopping, com sessões às 14h40, 16h45, 18h55 – estas três em versão dublada – e às 21 horas, em cópia legendada, horários nesta primeira semana de exibição.



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