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BLOGS E COLUNAS

Elvis

15/07/2022 08h56

Falar sobre Elvis Presley não é exatamente uma novidade para o cinema, para as séries, para documentários ou livros, pois a vida e a carreira do rei do rock já foram mais do que exploradas pela cultura pop, em todas as mídias.


Em vista disso, esta suntuosa produção dirigida pelo aclamado diretor Baz Luhrmann, responsável por clássicos como Romeu+Julieta, O Grande Gatsby e Moulin Rouge, por exemplo, pode passar despercebida daqueles que não são fãs do cantor e de sua trajetória. Fica o aviso: ESQUEÇA ISSO E CORRE PRO CINEMA!!! Elvis é um filmaço!!!


ESPETÁCULO DO INÍCIO AO FIM


Elvis é um filme extremamente bem-feito, em todos os quesitos. Foi produzido com muito cuidado, com muito carinho, e isso se percebe já de cara, com o próprio jeito em que o logo do estúdio é apresentado. Ali você já repara que o que irá assistir a seguir é um produto diferenciado, um produto especial. E de fato o é!


A trama, como se vê nos trailers, acompanha, pela visão do Coronel Tom Parker, o controverso empresário do artista, a trajetória daquele desconhecido e franzino rapaz da pequena cidade de Memphis, que começou a despontar no cenário musical do início dos anos 50, em especial pelo poder de sua voz, inconfundível até os dias de hoje, e pela sua expressão corporal, considerada escandalosa para a época, mas que abalou os corações, em especial femininos, no Sul dos Estados Unidos.


Sua música, uma mistura do Rhythm and Blues com o country americano, quebrou os paradigmas não só artísticos da época, mas principalmente étnicos, já que estamos em uma das épocas onde a segregação racial nos Estados Unidos foi mais violenta, o que também não pode ser separado da imagem e da obra de Presley, a qual acompanhamos no roteiro até seu conhecido e trágico final, em 1977, quando o cantor foi encontrado sem vida em sua mansão, Graceland, aos 42 anos de idade.


O espetáculo visual do design de produção em relação à reconstituição de época, ou de épocas, já que a história atravessa diversos momentos da vida de Elvis ao longo de 20 anos, é digno de nota. O figurino acompanha, pois a recriação das roupas dos personagens, não só as extravagantes do cantor, mas de todos no elenco, deve ser indicada a prêmios, pois estão deslumbrantes.


A recriação de shows, de programas de televisão e de outras apresentações clássicas de Elvis, que você acha facilmente no You Tube, inclusive, está impecável. A trilha sonora é espetacular, novas, é um filme de Elvis Presley, ora bolas, portanto, sim, tem Elvis e seus maiores sucessos ao longo de toda a produção e, da forma como as músicas são usadas, sempre muito bem encaixadas com os momentos da trama, vão fazer você sair do cinema cantando, ao menos na cabeça, boa parte delas.


O modo de filmagem de Luhrmann, com planos abertos para mostrar a grandiosidade dos cenários, em especial dos palcos, a girada frenética da câmera em pontos estratégicos, e a forma dos cortes e da junção de cenas, está presente, e é muito orgânico com a maneira como a história é contada.


Algumas passagens, no entanto, são um pouco apressadas, com acontecimentos jogados de forma meio que sem profundidade, como o Aloha From Hawaii, show feito por Elvis e que se tornou a primeira transmissão via satélite em escala global pela televisão, com uma audiência estimada de 1,5 bilhão de pessoas. Só é citado, imagens de arquivo e mais nada. Como fã, achei que faltou mais cuidado aqui. Fica a observação.


ATUAÇÕES PARA PRÊMIOS


Deixei para falar do elenco em separado de forma proposital. Você deve imaginar a razão. Até porque temos Tom Hanks como o Coronel Parker, em mais uma atuação padrão Tom Hanks. Ele é aquele que pode ser considerado o vilão da trama e sim, você vai ficar com raiva dele. Muita!


O cara, apesar de ser o contador da história, é mesmo, ou melhor, foi mesmo o grande calcanhar de Aquiles de Elvis, para o bem e para o mal, uma vez que foi indispensável para o lançamento e a explosão do cantor, mas, ao mesmo tempo, usou Presley para seu bem próprio, para seus lucros, para se safar de problemas, enfim, “para se dar bem”, em português claro.


Com um sotaque talvez um pouco exagerado, Hanks é magistral em construir um personagem que, por ser o narrador, nos traz em vários momentos a dúvida sobre o que é verdade e o que não é, o que diferencia esta produção de outras obras sobre Elvis anteriores, que mostram, quase que totalmente, um Coronel Parker como o grande vilão. E ponto.


Aqui, esta visão até se confirma, porém com algumas outras camadas, algumas outras passagens da relação entre os dois, e aqueles que os cercavam, como a família de Elvis, por exemplo, que trazem um certo ar de novidade a um texto já bastante conhecido. E explorado, diga-se.


Vamos agora parar um pouco. Parar para observar Austin Butler no papel de Elvis Presley. O que este desconhecido ator, para a grande maioria do público, faz aqui é algo a ser estudado. Que atuação! Que entrega! É assustador como o espectador simplesmente deixa de enxergar o ator com 20 minutos de filme e passa a ver somente Elvis.


Se você é daqueles que ainda duvida se Elvis morreu mesmo, olha, suas dúvidas aumentarão consideravelmente após assistir ao longa. Porque é o próprio que está em tela. E o mais impressionante é que, se compararmos a fisionomia de Austin e de Elvis, veremos que eles não são parecidos.


Claro, temos o trabalho de maquiagem, cabelos, figurino… porém, a entrega desse rapaz ao papel, o fato dele ter aprendido a cantar em um timbre de voz muito próximo ao de Presley – na primeira metade do filme é o ator quem canta, de verdade, e, com Elvis mais velho, há uma mixagem da voz original do cantor com a do ator, e imperceptível! - os trejeitos corporais que Elvis usava em suas apresentações, o modo de falar pra dentro, quase escondendo a voz, quase tímido, que Presley tinha mesmo e que se percebia nas poucas entrevistas que deu, enfim, está tudo ali.


É premiação certa, no mínimo indicações, para este jovem ator que, obviamente, a partir de agora, e assim como Elvis um dia, vai virar um superstar. Guarde esse nome: Austin Butler. Trabalho sensacional!


EMOÇÃO


É bastante interessante o sentimento que este Elvis me trouxe, e, pelo que pude perceber, vem trazendo à crítica e ao público em geral. Isto porque já sabemos o que vai acontecer aqui, sabemos como a história de Elvis Presley terminou.


E este filme traz, ainda que reduzido a duas horas e quarenta minutos de projeção, o sentimento que toda a geração que viveu a época de Elvis sentiu, com a euforia de seu aparecimento, a loucura, o desespero e o fanatismo que seu carisma e seus sucessos causaram em seu auge, e a tristeza e o inconformismo que o mundo sentiu, e talvez ainda sinta, com sua morte tão precoce e repentina, apesar de que, durante o filme, há o acompanhamento do porquê Elvis chegou aos limites físico e emocional, o que acabou lhe ceifando a vida.


Pode ter certeza, você vai sair do cinema com esta sensação, de tristeza por um acontecimento que você já conhecia, mas que parece que acabou de ocorrer. Ponto para o roteiro, extremamente forte em envolver o público.


A parte final do longa, em especial, a cena final, que mescla imagens gravadas na vida real da última apresentação de Elvis, semanas antes de seu falecimento, visivelmente debilitado, sofrendo, intercaladas com cenas desta mesma passagem gravadas para o filme, com o elenco da produção, ao som de uma Unchained Melody sendo magistralmente interpretada… Seja você fã ou não de Elvis, será impossível segurar a emoção! Filme imperdível!!


SERVIÇO


Elvis entrou em cartaz oficialmente nesta quinta-feira (14) em todo o país. No Cine Show do Farol Shopping, aqui em Tubarão, o longa tem sessões às 17h40, em versão dublada, e às 20h40, em  cópia legendada.


Pelo filmaço que é, merecia mais sessões. Alô, Cine Show!!!! Presta atenção!!! Lembrando que esses horários são válidos para a primeira semana de exibição. Elvis has left the building!! Vida longa ao REI!!!



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