Um grupo de mulheres e crianças indígenas kaingang, moradores da cidade de Nova Laranjeiras, no Sul do estado do Paraná, está acampado (na ausência de uma palavra mais adequada usei acampado; na verdade, eles dormem sobre papelões) embaixo de um viaduto localizado na rodovia BR-101, no bairro Humaitá, em Tubarão.
Essas mulheres vivem da arte do artesanto e dependem da venda de seus produtos (belas cestas coloridas, entre outros) para alimentar as crianças e terem condições financeiras de retornarem à cidade natal. O problema é que quase ninguém compra os produtos, e o grupo mal consegue adquirir os alimentos de que necessitam para sobreviver e sustentar, principalmente, as indefesas crianças.
O senhor Manoel Alderino, conhecido na Cidade Azul pela alcunha de "Poeta peregrino", homem de bom coração, alma límpida e um eterno preocupado com as necessidades dos menos providos, ao saber da triste situação, prontificou-se a ajudar o grupo, disponibilizando força de trabalho e seu "Triciclo Barco" para transitar pela cidade a oferecer os artesanatos aos tubaronenses.
Encontrei o Poeta peregrino e as mulheres indígenas a tentar vender as cestas na inauguração da Rampa Náutica, lugar onde havia centenas de pessoas. Fiquei por um bom tempo observando-as na lida, mas não testemunhei a venda de sequer uma peça.
Diante dessa situação, escrevo sobre o que vi e ouvi com a intenção de reunir corações ao Poeta Peregrino. Corações cheios de amor e compaixão, e que desejam, de alguma forma, ajudar essas mulheres e crianças.
Os artesanatos custam entre R$ 15 e R$ 30. Elas necessitam também de roupas e alimentos.
Se você quiser fazer algum tipo de doação ou ajudar comprando seus belos artesanatos, durante o dia, o grupo pode ser encontrado transitando pelo Centro da cidade na companhia do Poeta peregrino. No período noturno, elas voltam a ter como teto o viaduto da BR-101, no bairro Humaitá.
Visite a casa delas, o convite está feito!