As ruas estão vazias. Os ruídos provocados pelas ações humanas foram silenciados. No lugar mais movimentado de Tubarão, é possível ouvir o cantar dos pássaros, o farfalhar das copas das árvores, o som da própria respiração e o pulsar do coração agitado devido à preocupação. Não pensem que sou desobediente! Sei e sinto isso porque meu ofício exige que eu esteja nas ruas, nesse momento difícil.
Confesso que nunca imaginei que lutaríamos numa guerra silenciosa, onde os muros das nossas casas servem de barricada. E atrás das trincheiras que se tornaram cada lar é impossível ver o avanço da tropa inimiga. Mas, sem dúvidas, essa é a melhor estratégia para vencer a guerra, pois estamos combatendo um adversário sorrateiro. Ele não dispara rajadas de metralhadora, não lança mísseis, não avança no território com pesados tanques de guerra. O inimigo é invisível, galga silencioso e se aproveita de nossa virtude amorosa. Basta oferecermos abraços, beijos ou um simples aperto de mão que ele invade nossos corpos (espaço que ele quer se apossar) e nos torna hospedeiros de sua maldade.
Momentaneamente, precisamos ficar resguardados em nossos lares, pois o inimigo pode nos vencer fora desse território.
Aos religiosos, peço que no período de quarentena façam de seus lares templos e orem para alcançarmos a vitória. Rezem, mas não deixem de seguir as instruções das autoridades de Saúde e Segurança Pública.
Aos que não creem no miraculoso, apenas sigam as instruções. Afinal, independente de crença, todos nós compartilhamos princípios éticos e morais que nos colocam no mesmo barco. E, para que esse barco chamado Planeta Terra continue firme e forte a navegar, precisamos juntos lutar e vencer o maldito vírus (Corona) que tenta nos afundar.
P.S.: Os próximos dias serão longos, recebam meu abraço virtual. A gente se vê em breve!