Não se sabe bem o porquê, mas Tubarão apresenta a maior taxa de letalidade do coronavírus em Santa Catarina, com 2,06%, entre os 15 maiores municípios catarinenses. É o que apontam os dados levantados pelo governo do Estado. Brusque, para dar um exemplo, tem exatamente a metade – 1,03%. Significa dizer que se tivéssemos o mesmo percentual de Brusque, teríamos 211 mortes por covid a menos até esta segunda-feira (19), quando contamos 422 vidas perdidas para o coronavírus.
Como disse, não se sabe exatamente a que se atribui esse desempenho que nos levou a registrar o dobro de mortes. Pode-se dizer que a taxa de letalidade tende a ser maior nos locais que mais se testa para coronavírus, pois esse índice se calcula indicando o percentual de mortos não sobre toda a população (neste caso seria a taxa de mortalidade). A taxa de letalidade, que nos coloca líderes desse ranking macabro, é calculada sobre o número de infectados, comprovados em testes PCR.
Nos dados do governo do Estado, Tubarão notificou mais infectados por testes PCR do que a cidade de Brusque (26.365 a 21.671), 21,7% a mais, o que poderia apontar esse desequilíbrio no índice. Esses números diferem do que apresentam os municípios em seus respectivos sites: Tubarão, 22.664 confirmados e 411 mortes. Brusque, 27.246 confirmados e 290 óbitos. Por esses dados, a taxa de letalidade de Tubarão seria de 1,81%, ainda assim mais alto que Brusque em 70%.
Como Tubarão tem 106 mil habitantes e Brusque, 137 mil, isso por si só mostra que aqui morreu mais gente do que se poderia esperar, dado o tamanho da população. Não se sabe o motivo, que talvez mereça um estudo no futuro. Na epidemia de H1N1, em 2009, Tubarão também chegou a ser a mais atingida em Santa Catarina. O que se poderia pleitear, junto ao Estado, é a aceleração da vacinação na cidade, mas é improvável que consigamos, dado o momento atual, de tendência de baixa nos números.