Minha profissão permite falar com pessoas de todos os credos e ideologias. Não tenho o menor preconceito contra nada e, por isso, consigo ter amigos que têm ideias completamente opostas e que se odiariam entre si. Pra ficar no campo da política: uns são lulistas, outros são bolsonaristas, e tem outros ainda que não gostam nem de um nem de outro.
Quem está mais em evidência agora é Bolsonaro, afinal ele é o presidente. Naturalmente, todas as opiniões que ele emite acabam gerando grande repercussão. Nem preciso descrever aqui os erros e acertos do seu governo. Mas gostaria de enfatizar exatamente isso: há erros e acertos. Muito mais uns do que outros, a depender da visão de quem analise.
O que me chama a atenção é que os amigos bolsonaristas que converso repetem o comportamento de amigos lulistas de tempos atrás. Ao invés de realçar os acertos do governo, criticam acidamente os que pensam contrários às suas ideologias. Bolsonaro tem a seu favor, por exemplo, bons índices econômicos, juros baixos, reforma da previdência aprovada.
Mas quando seus defensores conversam comigo, ao invés de falarem dessas boas políticas econômicas, ou da redução da violência, com o ministro Sérgio Moro, espumam pela boca para falar mal do Leonardo di Caprio, da Greta Thunberg, do papa, do STF, da Globo, da Folha de São Paulo. O ódio a quem pensa diferente une extremistas, de esquerda ou de direita.
