Alguns assuntos são mais urgentes e precisam ser tratados como prioritários por nossos governantes. No entanto, o que se viu com mais ênfase nos debates realizados até aqui, incluindo o que foi realizado em Tubarão na segunda-feira, e que devem pautar a campanha, é a tentativa de um e de outro candidato colar em Bolsonaro e Lula. Só.
A mudança climática, por exemplo. Ciclones extratropicais, como vimos mais uma vez essa semana, são cada vez mais corriqueiros. O risco de desastres naturais, incluindo uma nova grande enchente, é cada vez mais alto. Precisamos de ações concretas, o quanto antes. E o que se viu quando esse assunto foi discutido pelos candidatos a governador?
Esperidião Amin propôs que o governo do Estado contrate os serviços da Unisul para fazer um projeto de prevenção. Mostrou que desconhece que a universidade foi vendida para um grupo privado. E também que não sabia que já existe um projeto, no qual foi investido quase R$ 3 milhões pelo atual governo. Precisa é colocar esse projeto em prática.
A redragagem do Rio Tubarão e a simples manutenção da Barra do Camacho não precisam de mais projetos, e sim de recursos – federais, inclusive, em função do alto custo. Nisso, Amin e Jorginho Mello, dois senadores que são bolsonaristas até debaixo d´água, poderiam ajudar bastante: cobrando do governo Bolsonaro verbas para a redragagem.
Como não se pode esperar recursos para Santa Catarina vindo de Bolsonaro, já ajudaria que os candidatos não apoiassem logo quem apoia o desmatamento da Amazônia. Ou também desconhecem que o aumento do desmatamento está diretamente relacionado às mudanças climáticas, provocando o aumento da temperatura e, logo, as enchentes?
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