Até o final do ano, estaremos pagando R$ 7 o litro da gasolina. Isso porque pagamos a gasolina nossa de cada dia pelo valor do combustível no mercado internacional, em dólar, embora a imensa maioria dos brasileiros receba em reais. Para deixar mais claro: custará R$ 7 até o final do ano aqui na nossa região, porque em algumas cidades o brasileiro já paga perto disso. No município de Cruzeiro do Sul, no Acre, onde se paga o valor mais alto no nosso território, o litro da gasolina custa hoje R$ 6,98.
Antes, os aumentos eram culpa do presidente da Petrobras, até que o mito colocou um general na presidência da estatal – mais um, que iria resolver os problemas do país. Não faltou combustível para o frustrante desfile de blindados desta semana, é certo, mas resolver, de fato, os aumentos constantes da gasolina, não resolveu, como prometido. Restou, então, colocar a culpa nos impostos cobrados pelos governadores. Típico de Bolsonaro: ele nunca é responsável pelos problemas.
Alguns apoiadores dele e de Paulo Guedes nutrem a esperança de que a economia irá bombar, com o fim da vacinação e consequente retomada de setores muito impactados, como eventos e turismo, o que serviria para recuperar a popularidade que o capitão, um dia, já teve. E levá-lo a voltar a ter chances de vitória nas eleições do ano que vem. De fato, levando em consideração os números do ano passado, teremos uma boa recuperação. Mas nem todos ganham nessa retomada.
Com a disparada da inflação e o clima afetando o preço dos alimentos, o aumento do combustível é cruel porque impacta na economia toda, em função do frete, e até no gás de cozinha. Bolsonaro quis intimidar os parlamentares e o STF essa semana colocando o exército na rua. Eu, se fosse ele, me preocuparia com o exército de pobres, desempregados, desalentados e miseráveis que temos. Esses, que não participam de motociatas, é que são a maioria entre os eleitores.