Se houvesse uma coordenação nacional, por parte do governo federal, as estruturas dos hospitais de campanha que estão sendo desmontados nos estados onde o pico da pandemia de covid já passou, como no Amazonas e no Ceará, e até o que havia sido montado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, seriam realocados para outros locais em que a pandemia está chegando com mais força agora. Mas nem ministro da Saúde nós temos.
Há um interino, general Jorge Pazuello, que disseram que era especialista em logística, definido por colegas de Exército como um “resolvedor de problemas”. Mas hoje faltam até insumos básicos nos hospitais, como os anestésicos necessários para se fazer uma entubação. Temos de torcer para não pegar a covid. Se pegar, torcer para ter um leito vago. Se for hospitalizado, ainda é preciso rezar para não ser entubado sem anestésico.
Aqui no Estado, está faltando integração também, entre o governo estadual e os municípios, conforme o prefeito Joares Ponticelli externou nesta segunda (7) em entrevista a uma emissora de TV estadual e hoje ao Diário do Sul. Em abril, o governo queria implantar dez hospitais de campanha, com 100 leitos cada, ideia que foi descartada após a judicialização do hospital de campanha de Itajaí, que custaria, só ele, R$ 76 milhões.
Com o recuo, o investimento seria nos hospitais já prontos, o que é mais inteligente, óbvio. Já se passaram três meses e, no entanto, não foi aberto um único leito de UTI nos hospitais de Laguna, Imbituba ou Braço do Norte. Em Tubarão, foram credenciados dez leitos junto ao SUS, ainda em abril, como já escrito aqui. Espera-se o credenciamento de mais cinco leitos para os próximos dias, o que ainda é muito pouco, diante da necessidade.
Nesta quarta-feira (8), o mapa de gestão da saúde de Santa Catarina apontou que nossa região evoluiu para o risco gravíssimo de transmissão da doença, juntamente com as regiões de Xanxerê e Foz do Rio Itajaí. Essa classificação leva em conta, entre outros fatores, o índice de isolamento social, a testagem da população e o número de leitos. Sem esses novos leitos, caminharemos para uma nova suspensão das atividades, mais dia, menos dia.