Irresponsabilidade

Não se brinca de governar. Qualquer obra deve ser pensada a longo prazo e ter como objetivo principal o interesse coletivo. Não foi o que se viu na construção da Ponte Paulo Osny May. A definição do local, a sua concepção, a ausência absoluta de estudos técnicos a respeito da mobilidade urbana e trafegabilidade evidenciavam o caos. E ele aconteceu.
 
Irresponsabilidade II
 
Quero fazer um mea-culpa. Entre as inúmeras críticas que vociferei nos últimos anos contrárias a uma obra tão importante, deixei de levar em consideração as consequências nocivas aos outros locais da cidade. Não teremos prejuízos apenas onde ela foi concebida, os reflexos serão imediatos na Avenida Patrício Lima, BR-101 e suas marginais, Avenida Marcolino Martins Cabral e outras ruas próximas. A desordem prevista é muito pior do que eu imaginava e me penitencio por não ter antevisto tamanha insensatez.
 

Irresponsabilidade III

 
Há quem diga que uma mudança de mão na marginal da BR-101 poderá resolver o problema. Não resolverá! Aliás, inaugurar uma ponte sem planejar as consequências das mudanças que ela traria suplanta o que podemos chamar de “amadorismo”. Isso tem outro nome.
 

Irresponsabilidade IV

Impossível deixar de registrar, também, que a ausência de críticas e questionamentos por parte da imprensa, de empresários e da classe política foi um fato contribuidor para que o erro se consumasse. Todos, absolutamente todos que foram lá comemorar, têm a sua parcela de responsabilidade. Brincaram de fazer obra, e o povo arcará com, talvez, o maior erro de planejamento que essa cidade já viu.
 
Irresponsabilidade V
 
Por fim, peço humildemente: não transfiram responsabilidades. DNIT e CCR nada têm a ver com um erro tão crasso. Creditar equívoco tão gritante a entes que não possuíam qualquer ingerência nas decisões que definiram a construção da ponte naquele local é subestimar a inteligência do cidadão tubaronense.