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BRASIL
04/08/2021 08h56

SC é o estado com mais mortes de baleias jubarte em 2021

Ao todo, 33 animais encalharam na costa catarinense. Segundo pesquisador, há chance deste número aumentar ainda mais em agosto

Santa Catarina é o estado que mais registrou encalhes de baleias jubarte em 2021, segundo o levantamento feito em todo o Brasil pelo Projeto Baleia Jubarte. Ao todo, 33 animais morreram na costa catarinense. Em junho, o estado estava atrás de São Paulo (12), com 10 registros. Até terça-feira (3), 97 baleias jubarte haviam encalhado no país.


Segundo o médico-veterinário e coordenador de Pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, mesmo com o aumento expressivo da população desses animais, os pesquisadores não esperavam esse alto número de mortes.


"Estamos com uma temporada muito fora do padrão. Julho deste ano foi o mês com o maior número de encalhes de jubarte (48) de todos os tempos", disse.

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De acordo com ele, o momento do pico de encalhe deste animal costuma ser no mês do agosto. Por isso, para ele, a situação pode piorar até o final do ano.


"E agosto costuma ser o pico dos encalhes (a única exceção foi 2015, quando o pico foi em julho e depois começou a diminuir). Então é provável que ainda tenhamos muitos encalhes pela frente", explicou.


De acordo com Milton, determinar as causas da morte do animal nem sempre é uma tarefa fácil, já que depende do quão decomposta a carcaça estiver. Os resultados das análises também costumam demandar muito tempo para que se possa traçar um cenário rápido do que está acontecendo.


"Temos visto animais jovens, magros e com comportamento de alimentação em Santa Catarina. Normalmente, eles não precisariam comer no Brasil. Mas estando magros, além de mais sujeitos a doenças, eles buscam alimentos mais perto da costa, onde os pescadores também estão atrás dos peixes. Parte destes animais morreram em redes de pesca", disse o médico-veterinário.


Temporada


Todos os anos, de julho a novembro, tem início a temporada de baleias e várias praias de Santa Catarina servem de palco para a passagem destes animais. As baleias franca e jubarte são, segundo os especialistas, as mais comuns de serem avistadas no estado e cada uma tem características diferentes.


Enquanto a baleia franca tem hábito costeiro e utiliza o litoral catarinense para ter os filhotes, a jubarte passa pelo estado e migra até o Sul da Bahia para a reprodução.


Neste ano, pesquisadores que estudam e protegem esses animais concordam que houve um aumento populacional das espécies, o que já promoveu mais registros da presença delas antes mesmo da temporada começar oficialmente. Outra hipótese para o maior aparecimento das baleias é o aumento na temperatura da água.


Fim da caça e aumento populacional


No século XVII, em toda a costa do Brasil, do Nordeste ao Sul, os pescadores caçavam baleias. Uma das maiores armações baleeiras se encontra no município de Garopaba, no Sul catarinense. As gigantes eram trazidas para esses locais após a caça para fazer o processamento das partes dos animais.


O óleo da baleia tinha a mesma função que o petróleo faz atualmente e servia para a iluminação de ruas e como argamassa para a construção de casas, por exemplo. A carne, escura e gordurosa, era muito usada para a alimentação de escravos. A última baleia foi caçada em 1973.


Por volta de 1982, os pesquisadores começaram a recolher dados, estudar e monitorar estes animais. Em 2000, foi reconhecida a situação frágil em que as baleias francas se encontravam e por isso foi criada a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, com 130 quilômetros, estendendo-se por nove municípios, desde Florianópolis até Balneário Rincão, no Sul do estado.


A ideia da APA é proteger a baleia franca austral e garantir a presença dela no estado todos os anos na temporada de inverno. Imbituba é a cidade que tem a maior concentração desses animais durante a temporada. Por isso, foi intitulada Capital Nacional da Baleia Franca.


Já a jubarte não tem uma reserva específica para a espécie, mas as baleias se concentram principalmente no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, que é uma unidade de conservação na Bahia.


Uma estimativa do Instituto Australis mostra que existem cerca de 550 baleias francas fêmeas que se reproduzem regularmente no Brasil no decorrer dos anos. O Instituto Baleia Jubarte estima que havia 3,5 mil baleias na população brasileira em 2002. São mais de 20 mil que vêm todo ano para o Brasil e se concentram mais ao Nordeste do país.

Fonte: G1
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